terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Deixa-te voar

Sabes tu,
sabes lá o que é amar?

A seiva que corre escorreita,
livre livremente e que nos liberta a mente.

Esquecer as caixas e caixinhas onde arrumas o teu espírito...
Deixa-o voar. Deixa-te amar!

Respirar fundo e aspirar ao mais profundo,
vivê-lo e viver-te.

Prometer, em segredos suspirados, amor eterno,
sem temor do sofrimento que venha.

Amar dói.
Mas como faz crescer...



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Erva daninha ou o drama indomesticável

Sai disparada e bate a porta violentamente que fica a tremer nervosa para trás. Carrega quatro vezes no botão para chamar o elevador e esfrega envergonhada as lágrimas de raiva do nariz, mas nem espera, segue pela porta de emergência e corre escadas abaixo. Não pode com nem mais uma discussão silenciosa. Secritudes de meia botija cheia, pavio interninente que ameaça envenenar os sonhos da família que dorme feliz com uma explosão de chulice psicológica.

Tantas vezes lhe disse com um olhar que não está para perder tempo com indecisões, meias palavras, falhas de engrenagem e silêncios prolongados, a essência da falta de interesse. Com fantasias egóicas que parecem revelações ou o que é, que não são mais que pequenas emoções amenas, insonsas, de quem vive encapuçado até à ponta de cabelos eriçados de tanto medo do compromisso, e de largar o que se prende por pura autosimpatia e narcisismo! Qual compromisso! Se tudo o que ela queria era a cristalina abertura às possibilidades; a viagem... e não o destino.

Já foi alguém que dançou na espera de um pouco de romance... Agora apaga o rádio da ficha e descansa no silêncio. Segue-se o enterro, mas ela não comparece. Morre um sonho e crescem flores no seu jardim.