domingo, 13 de janeiro de 2019

Há na fé

Não apenas na fé religiosa, mas na fé para a vida, para o amor e para o cumprir dos sonhos, a centelha de Deus. O Deus vivo. O Deus da fortuna de que sempre acredita em si, no outro, em Amor, nas infinitas possibilidades da vida, na construção que vem da desconstrução da dor e dos pré-conceitos. Na dor e na frustração, a esperança. Na falha e na derrota, um tentar de novo. E de novo. Sem ceder ao cansaço. Parar para descansar mas apenas para mudar de curso, nunca de rumo, nunca desistir. Somos como crianças a aprender a andar; cair e levantar, numa dança infinita com o nosso ser-superior. Haja Amor!
De todos os sonhos
entre todos os devaneios
veio a mais sublime certeza

De todos os objectivos
entre os mais variados fins
não há limite na alma

A alma que quer e almeja
sempre encontra um caminho
e o Homem cumpre-se

Há em cada ser
a visão de se cumprir
de se evoluir e de se suprir

Como em busca de um sentido
de uma aspiração superior
iremos sempre conseguir devir

Haja a paixão e a tranquilidade
e o sonho será gente viva
sempre pronto para a eternidade

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Rima de coração

Sopra um vento morno e tu prometes que voltas na volta de um dia qualquer em que o tempo seja fora de estação. Que seja em dia de monção digna de menção e que me devolva a paz de uma noite desigual com esperança igual. Chova alegria nos campos, cresçam flores nas minhas mãos. Foram horas e minutos em que não senti solidão, apenas restos de cansaço por não te ver caminhar o meu chão. Estendi a mão ao destino, que mais pareceu castigo, e levantei a minha oração. Que saudade de receber da vida uma benção. Outrora dancei nesse vento, chorei nessa chuva em que não vieste. Hoje espero pelas noites que novos dias darão, e pelo dia que chegues, minha paixão. Haja chuva ou haja vento, se vieres vem a tempo.
A prece velada
A benesse vedada
falta a fé
falta a gratidão
falta acreditar que já o tens na mão
Amor
Não falta amor
faltasse antes o pavor
O pavor de ser feliz de vez por uma vez
Tens medo de viver e morrer de tanto viver
Daquela morte da carne
Que leva o espírito daqui para fora
Para perto de ti mesmo
Deixa a vida correr
Pára de fugir
É agora
Do alto daquela igreja
da minha igreja
que tanto pode ser esta
como outra qualquer
desde que esteja viva
desde que seja verde
tenha folha e tronco
Folha branca onde te escrevo
cartas de amor de fio e pavio
de um amor que não se descreve
embora se enleve
Deixa-me lá morar
dentro daquele altar
que é o teu coração
cheio ou vazio
Naquela igreja bendita
Que é a floresta ou a mesquita