sábado, 26 de março de 2011

Estado de Alma

De volta ao sítio do costume.

Aqui já me conhecem,
sou eu que não me reconheço.

Levam o pano da mesa,
tiram-me o chão.

Pausa para café,
hora amarga.

Pousam um copo de água cheio,
minha vida meia vazia...

Grandes lagos plenos de vida recém-nascida,
pequena alma vazia, abandonada e mortificada.

Sabes tu, sítio do costume, quem eu sou,
mas porque não me dizes quem sou eu?







domingo, 20 de março de 2011

Rima fácil não é canção, não é dizer, é deixar-me ser

À volta dezenas de pessoas falam e todas parecem saber o que dizer.
Os olhos esquecem-me nos gestos mas desvio a atenção.
É terrível quando nos falha a voz no meio da multidão.
Ou quando se perde a inspiração.
Hoje vagueio pelo vazio que me enche o ser.
Sou mera espectadora da minha solidão.
Não vou conversar, nem sequer fingir que estou a participar.
Hoje vão falar-me do fim do mundo e eu sou contra.
É que há vida para além morte de ti em mim.