sábado, 27 de março de 2010

Das coisas que gostamos

Dos segredos da vida, do futuro e dos mistérios da nossa vida interior (Feira Esotérica em Oeiras, dias 25, 26 e 27 de Março).

Da mudança de hora de Verão (domingo dia 28 de Março) que é sinal de dormir menos mas também que o sol vem aí em força.

Das noites de lua cheia (a próxima é já 2ª-feira, dia 29 de Março).

Os primeiros morangos do ano (que já estão à venda no Praça da Figueira).

A alimentação biológica (todos os sábados no Jardim do Príncipe Real, das 8h às 15h).

Do primeiro gelado (o Santini vai abrir na da Rua do Carmo, na Baixa, em Abril).

Do Jardim da Estrela (que está aberto até à meia-noite às sextas e sábados).

De ler. O meu primeiro livro está acabado (espero que as Crónicas da Alma dêem origem ao segundo… :P).

Ai ai… E de ouvir música (“3 às Sextas", na RFM, é que está a dar, o programa do meu primo Tomás Anahory)!

E de vocês!!! :D

domingo, 21 de março de 2010

Ode à gente

Da terra amada, que em tempos deu a nascer reis e rainha, senhores e cavaleiros, restam os camponeses, alma das raízes profundas do país e da vida natural. As gentes abençoadas perduram no tempo e apreciam o alimento da nossa raça ajudando-o a crescer. Ó gente, de ti pouco escreveram nos livros de escola, dos teus grandes feitos: das batalhas que travaste sem saber armar, das amarguras que guardaste, das paixões e das vozes com que te ergueste pela nação do teu rei e do teu filho e do teu pai. Tu guardas a herança da lembrança de que esta terra nos possui e pertence. Ó povo, és canto e danças livre as tradições do teu lugar e a voz do planeta ergue-se para te ouvir. Danças e cantas em transe e ascendes ao plano invisível que tanto amas, mas no fundo és simples, puro e escorreito, dizes sempre o que te vai na mente, sem ensaios nem poesia. Ah, e o clero, esse que formou os outros, deixou-te para trás. Mas tu correste, libertaste-te e ergueste-te senhor das sempre tuas terras, serras, e campos brancos de brilho de ouro, o ouro que nunca tiveste. Chegou a hora de receberes tu a vénia dos senhores, ó gente de coragem, pulso cerrado na enxada e chapéu de lorde na cabeça. Minha gente, hoje o chapéu é teu!

sábado, 20 de março de 2010

A Primavera em ti

Se tu fosses um vento, serias a brisa da Primavera que acabou de chegar. Se o vento escolhesse uma cor, seria o azul que tu preferes e eu seria a nuvem da minha cor branca, para sempre a viajar a sul, ao teu sabor. Teu nome é palavra que frisa que o amor veio para ficar. Tu que me queres em prazer e redomas de calor e paixão, tornas a vida calma, simples e mais circular ao lado do sol de Verão. Quem dera a muita água quente sentir-te assim de mil cores e formas como a noites de luar. E quando a lua mergulha no dia, tu acordas para me dizer que isto não tem fim e que há-de haver sempre mais chão para aprender a amar. Para teu e meu alento enfim, que o nosso cresça como a hera e que eu faça com a tua presença perdure, e que a tua cabeça me ature!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O dia em que nascemos de novo

No dia em que nascemos de novo está sempre um belo dia de sol e nos dias anteriores e posteriores choveu. No dia em que nascemos de novo quase morremos antes de vir a revelação. No dia em que nascemos de novo celebramos com o mundo e o mundo responde de volta com sorrisos, abraços, boas notícias, sorte e amor. Acaba-se a tristeza porque aprendemos a aceitar e a lidar com a dor. A dor é bela, ensina-nos a crescer. Mas no dia em que nascemos de novo ela desaparece para se relativizar para sempre. No dia em que nascemos de novo há fé. Fé. Fé na sinergia da rede humana, nas nossas e outras boas vontades que também nasceram de novo ou que estão prontas para renascer. Acredito que todos renascemos. Aqui, agora, nesta vida. Não se ensina a nascer de novo; aprende-se. Não se trata de não crescer, mas sim de viver cada dia com determinação de alcançar esse ponto que todos temos dentro de nós e que queremos descobrir. Há quem chegue a descobri-lo e porque não eu e tu? Saberemos que nascemos de novo quando saímos da depressão, quando nos libertamos da opressão, quando finalmente falarmos com o nosso coração. E isto não é apenas um singelo verso feito de palavras fortes e bonitas. É uma verdade, tão pura e simples como só ela sabe ser. O dia em que nascemos de novo pode durar dias, meses, anos a fio e nunca acabar. O que interessa é renascer, aos poucos, devagar e com inspiração. Há quem nunca chegue a poder nascer e há quem nasça duas, ou mais, vezes. Que sorte a nossa, a dos vivos! ‘Bora nascer de novo?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Hoje é dia

Há dias sem sal.

Há dias sem sol.

Há dias de seca e outros em que chove água, gelo, pedra, pau.

Há dias que quisemos mais e outros que nem vê-los, sobre debaixo de uma almofada.

Há dias demais e dias a menos.

Há dias que nos fazem falta para sermos o que queremos ser um dia.

Há dias que nunca mais acabam e muitos outros que não puderam ser acabados, arte-finalizados.

Há dias e dias e dias que não como uma só colher de calor.

Há dias e mais dias, todos eles iguais de 24 horas, todos eles diferentes em cada 86164.09 segundos.

Mas quem foi que decidiu que a vida se mede em dias, em horas, e minutos e que tais!?! E o esforço do meu dia em papel listado a prata e ouro???

Porque não em risos, em páginas, em lençóis frescos dobrados, em aplausos, em nuvens de algodão, em degraus de uma escada para a evolução?

Ele há dias… Existem tantos dias que virou apelido.

Há dias assim, assim e dias sim! sim! sim!

E tu, o que me dizes a mim?

Dia não, dia sim, apontas às pontas dos sapatos um “que dia...!”?

Ou no dia de hoje tiveste já a revelação e é desta vais viver o resto dos teus dias como se não houvesse outro dia?

Dia após dia, nos dias que correm, há homens que se fazem ao coração e à vida como se o dia fosse uma oração, em nome da evolução. E para eles o tempo é sempre certo, é justo, pois eles abraçam a dor com a mesma alegria com que a última os abraça a eles.

Mas e para quando esse novo dia...? Alguém tem horas?

Quando nasce o novo dia se não há sol?

Em que pulso usas relógio?

Eu não uso, faz-me alergia… Sou alérgica a ter de dormir até chegar o amanhã.

E eles dizem que o hoje é que interessa.

Se eu pensasse assim, saía de casa para a rua, metia-me num avião e não voltava, e largava tudo e depois? E depois… E depois!?! Então e o ontem???

É que ontem fiz planos para amanhã!

É que aqueles que dizem que esperar é uma virtude haveriam de começar uma discussão com os outros, os carpe diemescos… que até o ontem se metia! Eu concordo com os dois mas sou mais a favor dos dias com 30 horas e os fins-de-semana com três dias. E as luas e os sóis que esperem por nós como nós esperámos milhares de anos por elas e por eles. E qualquer dia subo a escada da evolução que me ofereceram por escrever para ti e vou lá cima ter uma conversinha com esse grande senhor astro-rei e peço-lhe educadamente para girar ele à volta da terra, para ver se não se cansa como o planeta azul ou se consegue evitar o degelo!

Afinal de contas, como é que te correu o dia?