segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma canção melhor

Suspeita de melhorias.
Sente bem a hipótese de um futuro melhor vislumbrar na sua intuição.
A razão quer duvidar, mas a esperança alvitra ao som do cuco de um relógio dando a hora do seu momento. Acredita no seu propósito, chegado na ânsia de ver a noite rapidamente passar, na ausência da vontade de dormir.
Ilusão?
O fantasma... No deambular pelo corredor, embriagado de café tardio, parece-lhe sentir uma presença espreitando, e já a sua mente suspeita de um possível retorno do medo, da rejeição, do abandono da possibilidade de conquistas.
Não. Espírito positivo; já diziam os sábios humanistas e os neo-espiritualistas.
Não...Talvez fosse só e tanto um anjo a abençoar o passo seguinte desta alma só.
Embala-se na voz paternal da sua boa consciência e chega, enfim, o sono...
Descansa na melodia de uma expectativa juvenil no poder de viver os acontecimentos ao sabor da vontade de um destino maior.
E chega o dia da demanda.
Dormiu pouco mas sonhou acordada o suficiente para encarar tranquilamente o presente.
Numa solução equilibrada, alegra-se pacificamente da forma como a vida se transforma e a transforma.
E que venha essa transformação.
O que quer que aconteça será sempre pelo melhor...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Três estranhos na marginal

Faz frio. As pedras soltas dão voltas na biqueira do sapato que escrevinha qualquer infinito pelo lixinho cinzento que o empoeira. É preto o sapato. As costas pesadas que carrega são de um mesmo tom pensativo que a neblina desse fim-de-tarde e as mãos nos bolsos contam nuvens de papel amarrotadas da ida à máquina de lavar a roupa. Reinicia a lenta e tensa marcha e espreita de soslaio o mar.

Este vem a passo ou correndo em marcha, quase ridículo, levitando cada perna a um compasso imaginadamente equilibrado. Nem vê o mar que se estende à direita, atrás do paredão. Muito menos os humanos.

Levanta os olhos da poeira do desânimo. Avista um homem de calções que vem desengonçado sobre a perna esquerda que é mais comprida que a direita. Não, espera... Afinal é a direita que é mais alta. Agora é a esquerda... Diabos... Enjoado, deita os olhos ao mar. As mãos saem dos bolsos para largarem as nuvens e sentirem o ar nas palmas humecidas. A fila de carros da marginal... e ele é o nome da tipologia urbana dessa estrada, sem caminho nem destino.

É melhor ter cuidado, não vá este estranho escolher sentir a colónia do meu bebé.

Mais um humano, repara sem deixar seu ritmo obsessivo.

Olha, um macambúzio... Isto há com cada personagem...

A ponta dos sapatos pretos aponta para o protótipo da mulherzinha que pariu uma criança. Umpf... E cadê o pai... - Que belo domingo, senhorita. Afirma achando que a provoca com humor, enquanto puramente repele a colónia.

Ela acelera o passo do carrinho e aproveita a passadeira e o fluxo mole dos carros no pára arranca para se esgueirar para o outro passeio.

Repara a gaivota que foge também. Da tempestade do céu de papel esmifrado. Não dos seus.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Last night's dream

Coming and going
I've come to track
And I'm finally back
Last night
Last night
For our kigndom we sang
One voice

And when our band started to play
The orchestra's chest order was on our time
Order to set us free
Running horses wild
That age we were queens
Fighting evil of all kinds
I know it was a dream
But now I recall those days
Playing with manners
Just toys
But we made them flags
For honor and good
White dresses and standing stairs
Temples and promisses
Of loyalties
Back there we were royalties