quarta-feira, 27 de abril de 2011

De viagem

Sentam-se e sentem-se.

Inspiram e suspiram.

Está sol e o vento forte e frio e levanta saias e arrebata chapéus.

É época de românticos e sente-se um cheiro doce no ar a ideais franceses.

Da esplanada, assistimos aos rituais que permanecerão no tempo a que voltaremos de regresso ao futuro.

Todos se cumprimentam com um aceno ou inclinar de peito honrado e fingidamente humilde.

Elegantes, vestem-se azul escuro e usam sapatos afilados pretos.

Montras exibem senhoras redondas agora reflectidas esguias e altas, como espelhos mentirosos das feiras que inundaram em tempos a cidade.

Agora é tudo fino e falacioso.

O presente ostenta-se melancólico e cheio de ânsias, sexuais e outras.

O futuro aspira-se numa mistura de teorias que poucos entendem.

O passado todos esqueceram mas dizem que não, que o temem como bolorento que é!

E nós, de viagem por este tempo, sem tão pouco moderarmos as nossas realidades presentes, passadas ou futuras(?).

Antes o sonho.



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