domingo, 21 de março de 2010

Ode à gente

Da terra amada, que em tempos deu a nascer reis e rainha, senhores e cavaleiros, restam os camponeses, alma das raízes profundas do país e da vida natural. As gentes abençoadas perduram no tempo e apreciam o alimento da nossa raça ajudando-o a crescer. Ó gente, de ti pouco escreveram nos livros de escola, dos teus grandes feitos: das batalhas que travaste sem saber armar, das amarguras que guardaste, das paixões e das vozes com que te ergueste pela nação do teu rei e do teu filho e do teu pai. Tu guardas a herança da lembrança de que esta terra nos possui e pertence. Ó povo, és canto e danças livre as tradições do teu lugar e a voz do planeta ergue-se para te ouvir. Danças e cantas em transe e ascendes ao plano invisível que tanto amas, mas no fundo és simples, puro e escorreito, dizes sempre o que te vai na mente, sem ensaios nem poesia. Ah, e o clero, esse que formou os outros, deixou-te para trás. Mas tu correste, libertaste-te e ergueste-te senhor das sempre tuas terras, serras, e campos brancos de brilho de ouro, o ouro que nunca tiveste. Chegou a hora de receberes tu a vénia dos senhores, ó gente de coragem, pulso cerrado na enxada e chapéu de lorde na cabeça. Minha gente, hoje o chapéu é teu!

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