quarta-feira, 3 de março de 2010

Hoje é dia

Há dias sem sal.

Há dias sem sol.

Há dias de seca e outros em que chove água, gelo, pedra, pau.

Há dias que quisemos mais e outros que nem vê-los, sobre debaixo de uma almofada.

Há dias demais e dias a menos.

Há dias que nos fazem falta para sermos o que queremos ser um dia.

Há dias que nunca mais acabam e muitos outros que não puderam ser acabados, arte-finalizados.

Há dias e dias e dias que não como uma só colher de calor.

Há dias e mais dias, todos eles iguais de 24 horas, todos eles diferentes em cada 86164.09 segundos.

Mas quem foi que decidiu que a vida se mede em dias, em horas, e minutos e que tais!?! E o esforço do meu dia em papel listado a prata e ouro???

Porque não em risos, em páginas, em lençóis frescos dobrados, em aplausos, em nuvens de algodão, em degraus de uma escada para a evolução?

Ele há dias… Existem tantos dias que virou apelido.

Há dias assim, assim e dias sim! sim! sim!

E tu, o que me dizes a mim?

Dia não, dia sim, apontas às pontas dos sapatos um “que dia...!”?

Ou no dia de hoje tiveste já a revelação e é desta vais viver o resto dos teus dias como se não houvesse outro dia?

Dia após dia, nos dias que correm, há homens que se fazem ao coração e à vida como se o dia fosse uma oração, em nome da evolução. E para eles o tempo é sempre certo, é justo, pois eles abraçam a dor com a mesma alegria com que a última os abraça a eles.

Mas e para quando esse novo dia...? Alguém tem horas?

Quando nasce o novo dia se não há sol?

Em que pulso usas relógio?

Eu não uso, faz-me alergia… Sou alérgica a ter de dormir até chegar o amanhã.

E eles dizem que o hoje é que interessa.

Se eu pensasse assim, saía de casa para a rua, metia-me num avião e não voltava, e largava tudo e depois? E depois… E depois!?! Então e o ontem???

É que ontem fiz planos para amanhã!

É que aqueles que dizem que esperar é uma virtude haveriam de começar uma discussão com os outros, os carpe diemescos… que até o ontem se metia! Eu concordo com os dois mas sou mais a favor dos dias com 30 horas e os fins-de-semana com três dias. E as luas e os sóis que esperem por nós como nós esperámos milhares de anos por elas e por eles. E qualquer dia subo a escada da evolução que me ofereceram por escrever para ti e vou lá cima ter uma conversinha com esse grande senhor astro-rei e peço-lhe educadamente para girar ele à volta da terra, para ver se não se cansa como o planeta azul ou se consegue evitar o degelo!

Afinal de contas, como é que te correu o dia?

2 comentários:

Mónica disse...

obrigada!!! adoro

M. disse...

bingo! Mas faltou-te o "dia não" ;) bjss